07 julho 2011

Quando a Chuva passar


Para mim, era um dia qualquer, mas na verdade não o era. Pensei que a solidão existida em meu coração ia conseguir passar assim que você chegasse, mas você não veio. Fiquei feito criança a espera do pai que a prometeu um presente quando voltasse do trabalho, olhando pela janela de dois em dois segundos (quem nunca fez isso?). Logo percebi que você não havia retornado por conta propria, foi mais forte que você, foi inevitável, veio como uma tempestade, lavando as ruas, molhando as casas, inundando por onde passava, afinal, era uma tempestade. O frio que meu corpo sentia e o arrepio que parecia nunca cessar foi tornando algo interminável, sem o calor do seu corpo a saudade se estendeu, meus olhos se perderam na escuridão do céu, e assim como negros estavam fiquei eu.
Aos poucos, assim como um novo e lindo céu azul clareia o dia ou simplesmente fica lindo e estrelado em plena noite, foi a minha vida se enchendo de esperanças, tudo voltou a ser como era a 20 ou quem sabe 30 minutos atras, as aves cantando, as borboletas no céu voando, mas a ansiedade pela sua volta em meu peito não passava, era insaciável perceber que estava se prolongando sua chegada.
Mas ao voltar a olhar pela janela da sala, como sempre o fazia, notei que entre tantas pessoas a passar pela rua, mesmo que apertados, tentando se esquivar das vielas, cheias de águas, percebi que havia alguém diferente, com o andar incomparável, o olhar vagueando tentando encontrar-me, era você, meu único e eterno amado, aquele com quem eu tanto sonhei e ansiei ver chegar, faltava pouco, apenas alguns metros, quem sabe poucos e rápidos passos.
Suspirei aliviada pois sabia que quando cruzasses a porta de nossa casa, o frio que havia sentido e os arrepios intermináveis iriam passar com um simples e terno abraço teu.

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